quinta-feira, 9 de junho de 2011

Nova publicação na revista Ponto de Acesso

Ciao!!

Acaba de sair um novo número da revista Ponto de Acesso, da Universidade da Bahia. Nesse número, eu e meu colega Thiago Barros publicamos um artigo sobre as implicações teóricas dos arquivos pessoais, apresentando alguns elementos conceituais da Arquivologia. 
Vale a pena conferir o trabalho!!

o link segue em anexo, e abaixo posto o resumo!

AS IMPLICAÇÕES TEÓRICAS DOS ARQUIVOS PESSOAIS: ELEMENTOS CONCEITUAIS


Busca-se compreender como se constituem os arquivos pessoais e quais são suas características primordiais, baseando-se em uma instituição coletora desse tipo de acervo, o IEB-USP (Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo). Através desta instituição e da teoria arquivística são discutidos, aqui, divergências e semelhanças entre os arquivos orgânicos e os arquivos pessoais, percebendo o valor intrínseco
estabelecido nos documentos pessoais e como é estabelecida sua institucionalização, uma vez que esta perpassa diretamente a atribuição de um valor relacionando-se com a obra e a vida de determinada figura  pública ou artística, compreendendo que este valor também está relacionado à memória coletiva e ao legado deixado por essas figuras esteticamente, historicamente ou socialmente compreendidas pela sociedade como importantes. Destaca-se, ainda, a aproximação da Arquivística com as outras áreas, como a Ciência da Informação e a Biblioteconomia, por meio dos princípios e das metodologias de organização aplicados aos arquivos pessoais.
 
Palavras-chave: Arquivo Pessoal; IEB-USP; Memória Coletiva; Arquivística

Arrivederci!!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Qual o papel de Francesco Petrarca e Lorenzo Valla afinal?


Quando estudamos a história da Diplomática, quase sempre nos deparamos com dois nomes importantes: Francesco Petrarca (1304-1374) e Lorenzo Valla (1407-1457). Embora nenhum dos dois tenham tido alguma influência na construção da disciplina, ou seja, na formulação de um instrumento de crítica diplomática, podemos dizer que seus trabalhos foram importantes para o estabelecimento de um sistema de crítica documental, baseados na Filologia.
Petrarca, em decorrência de um pedido do imperador Carlo IV, estudou e elaborou uma crítica sobre os falsos privilégios concedidos por Júlio César a Nero, constatando diferença na datação do documento com relação aos outros dados que conduziam o documento a uma época posterior. Segundo Bresslau (1998, p. 23), o estudo da contradição entre a data do documento e seus outros elementos, com objetivo de verificar sua autenticidade, já existia na Idade Média, e ainda é visto como uma das razões mais importantes para negar a autenticidade de um documento.
 Valla teve um papel importante ao demonstrar, em 1440, a falsidade da famosa Doação de Constantino (Constitutum domini Constantini imperatoris), na qual, supostamente, o Imperador Constantino (306-337) doava ao Papa Silvestre I (314-335) terras e imóveis dentro e fora da Itália no ano de 315. O documento, cujo autor é desconhecido, declarava que o Imperador Constantino havia confessado sua fé na Igreja Católica por ter sido curado de uma lepra por intercessão do Papa Silvestre I, e por essa razão doava ao mesmo as comunidades cristãs do Oriente, as Igrejas de Roma, e outras terras em pontos do Império. Ao aplicar uma crítica filológica, Valla conseguiu provar a falsidade do documento, que permanece ainda hoje, ilegítimo perante a Igreja Católica.  
Ambos foram importantes, pois estabeleceram um sistema de crítica documental antes mesmo da Diplomática. Após Petrarca e Valla os estudos continuaram, e foi a vez dos Bollandistas e dos Beneditinos, mas isso é uma outra história, e eu conto pra vocês depois!!
Arrivederci!