quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A relação da Diplomática com a Arquivística

A Diplomática nasce no século XVII com o objetivo de verificar a autenticidade de documentos eclesiásticos. Em 1681, na França, o monge beneditino Jean Mabillon, anuncia as primeiras técnicas e o método diplomático para repartir um documento e analisá-lo em suas partes. Durante os séculos seguintes, a Diplomática é incorporada às escolas de Direito, e aos cursos de História, auxiliando pesquisadores na identificação de fontes documentais. O final do século XIX assiste ao nascimento da Arquivística, uma nova disciplina cujo objeto também residia na principal fonte de um pesquisador: o documento. A Arquivística é então colocada em contato com a Diplomática nas principais escolas européias e a partir daí, estudos surgem para comprovar a importância da crítica diplomática para a organização do conhecimento arquivístico. 

A partir dessa síntese, damos início aos estudos sobre Diplomática no Blog...

A questão é: a Arquivística chegaria a ser criada, ou, para trazer as discussões para o contemporâneo, sobreviveria hoje sem a Diplomática? É o que estou tentando responder...dê sua opinião! Opine e construa um pouco de conhecimento!! Faz bem e não mata ninguém! rs!

2 comentários:

  1. Natália, hoje tive minha primeira aula sobre Direito Notarial e fiquei pensando a respeito da sua questão. Muito antes da Diplomática nascer, no século XIII já se tinha a preocupação da veracidade dos documentos, dando ao notário a função de depositário da fé pública, ou seja, concedia ao documento a sua natureza de autencidade. Minha dúvida é: A Diplomática surgiu com o intuito de tratar da veracidade dessa massa documental, indo contra a atividade notarial ou surgiu de forma a contribuir com esta?

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  2. Oi Maria Fernanda!
    Não não...não é bem assim...
    Há três tipos de autenticidade no documento, a saber: autenticidade diplomática, autenticidade histórica e autenticidade legal. À Diplomática cabe a tarefa de analisar os elementos formais do documento para verificar sua autenticidade diplomática, ou seja, se aquele documento possui os elementos (caracteres internos e externos) necessários para que possa ser considerado autentico (por exemplo, um documento do século V possui elementos específicos...dessa forma, se por algum motivo, alguém falsifica um documento do século V, no século VII, a Diplomática poderá ser útil, uma vez que poderá analisar a forma documental, como o papel, a tinta, os selos, a língua, os protocolos). Ela poderá perfeitamente trabalhar junto com o Direito...uma prova disso é que, no século XIX, aulas de Diplomática foram incluídas nas Faculdades de Direito, justamente com o propósito de contribuir, e não ir contra a atividade notarial.
    Respondendo à sua pergunta: seu método pode ser considerado uma ferramente útil, tanto para os profissionais do Direito, como o é para os historiadores e arquivistas.

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